8ª Conferência

A arte da educação 1

Fogo

Decompor pelos sentidos, recompor na cognição.

Ar

Cada sentido deve ser cultivado sob muitos aspectos, para que sejam buscadas as relações entre eles.

Água

  1. memória: sono ∞ vigília. regular voluntariamente o esquecer e o lembrar. coloca-se em ordem a vontade atuando-se sobre o habitual da pessoa.

  2. tudo está separado, mas volta a atuar em conjunto. a parte se espalha pelo todo. e há trimembrações dentro de trimembrações.

  3. eu (volição) X sentido do eu (cognição). o sentido do eu realiza uma alternâcia muito rápida entre sono (simpatia) e vigília (antipatia) em vibrações.

  4. o ser humano possui ao todo doze sentidos. quatro sentidos volitivos: tato, vida, movimento, equilíbrio. quatro sentidos emotivos: olfato, paladar, visão, calor. quatro sentidos cognitivos: audição, linguagem, pensamento, eu.

  5. por meio dos doze sentidos, as coisas se decompõem em seus elementos. e o ser humano deve ser capaz de, a partir dos sentidos, recompor as coisas novamente em sua cognição. com isto, ele participa da vida íntima das coisas.

  6. como possuímos 12 sentidos, temos muitas (12!) possibilidades de unir o que está separado. é importante que cada sentido seja cultivado sob muitos aspectos, para que sejam buscadas as relações entre eles, entre as percepções.

  7. o espírito deve ser compreendido mediante estados de consciência como vigília, sonho e sono.

    o anímico é compreendido por meio de simpatia e antipatia (estados vitais).

Terra

  1. só podemos compreender a memória relacionando-a com o sono e a vigília.

  2. boa noite de sono: evita o desgaste da consciência do eu. esquecimento e lembrança precisam estar balanceados. noite ruim de sono: o eu se entrega muito fortemente às impressões do mundo exterior. maior sensibilidade-irritabilidade do eu.

  3. regular voluntariamente o esquecer e o lembrar. existem pessoas que dormem pela vida. elas se entregam às impressões do exterior, mas não se ligam a elas ordenadamente, por meio de seu eu.

  4. coloca-se em ordem a vontade atuando-se sobre o habitual da pessoa. lembrança: ocorre quando a vontade adquire força para extrair as representações do subconsciente, do esquecimento.

  5. tudo que desperta um intenso interesse na criança contribui para fortalecer sua memória. a memória deve ser buscada no sentimento e na vontade.

  6. tudo está separado, mas volta a atuar em conjunto. para compreender o ser humano, é necessário separar pensar, sentir e querer, mas os três se entremeiam numa unidade.

  7. a parte se espalha pelo todo: o ser humano é todo tórax. é todo cabeça. é todo membros.

  8. toda composição em partes se efetua num âmbito unitário.

  9. trimembrações dentro de trimembrações: a cabeça é pensar, mas ela também é trimembrada. o mesmo ocorre com o tórax e com os membros.

  10. o ser humano possui ao todo doze sentidos.

  11. eu - vivenciar o próprio eu - processo volitivo sentido do eu - perceber o eu em outra pessoa - processo cognitivo (o órgão da percepção de outros eus está espalhado por todo o ser humano)

  12. quando percebemos outro eu, o que acontece é: entrega ao outro - resistência interior; entrega - resistência. no confronto perceptivo, a alma vibra: simpatia - antipatia, simpatia - antipatia.

  13. simpatia: dormimos para o outro. antipatia: despertamos para o outro. o órgão do sentido do eu realiza uma alternâcia muito rápida entre vigília e sono em vibrações. sondamos o eu do outro numa vontade adormecida e rapidamente essa sondagem é transferida ao conhecimento desperto.

  14. sentido do pensamento: é o sentido para a percepção do pensamento de outras pessoas. a linguagem (sonora, visual ou corporal) apenas transmite os pensamentos. é preciso perceber os pensamentos em si mesmos mediante um sentido próprio.

  15. quatro sentidos volitivos: tato, vida, movimento, equilíbrio. como a vontade interfere muito nesses sentidos, dormimos para a consciência deles e eles não costumam nem ser mencionados.

  16. quatro sentidos emotivos: olfato, paladar, visão, calor. o sentido do calor (emotivo) é confundido com o tato (volitivo). na teoria das cores, de Goethe expõe todas as afinidades das cores com o sentimento. a visão é um sentido principalmente emotivo.

  17. enquanto vemos cores, vemos também os limites das cores, linhas e formas. a maneira como percebemos cores e formas vem de lugares bem diferentes. os olhos vêem apenas a cor.

  18. a forma é percebida pelo sentido do movimento. realizamos uma circunvolução. as percepções da visão e do movimento se unem na cognição. executamos as formas de geometria no cosmo.

  19. nós olharíamos com indiferença para um círculo vermelho se o percebêssemos pelo mesmo sentido. e, como somos interiormente obrigados a reunir essas duas coisas, então julgamos (cognição). a função de julgar se torna uma exteriorização do ser humano inteiro.

  20. como possuímos doze sentidos, temos também um número bem grande de possibilidades de unir o que está separado. (12 fatorial, pra ser mais precisa: 12! = 479.001.600) por meio dos 12 sentidos, as coisas se decompõem em seus elementos, e o ser humano deve ser capaz de as compor novamente a partir deles. com isto, ele participa da vida íntima das coisas.

  21. como se educará para ver, não sabendo que o ser humano inteiro se derrama indiretamente no ato da visão por intermédio do sentido do movimento? é importante o ser humano ser educado de forma que num dos sentidos muitos aspectos sejam cultivados na mesma medida que nos demais.

  22. na zona do EU no ser humano, vivem vontade, sentimento e cognição, com ajuda da vigília e do sono.

  23. o espírito deve ser compreendido mediante estados de consciência como vigília, sono e sonho. o anímico é compreendido por meio de simpatia e antipatia (estados vitais).

Last updated