6ª Palestra
A prática pedagógica
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Gratidão, amor e dever
Entrega amorosa às próprias ações e aceitação compreensiva das ações dos outros.
1º setênio
2º setênio
3º setênio
vontade ligada à gratidão
vontade ligada ao amor
vontade ligada ao dever
a gratidão precisa crescer
o amor precisa despertar
a ação precisa se apresentar cheia de reflexão
gestos cheios de sentido
linguagem plena de significado
ver corretamente as ações
o amor a Deus (religiosidade)
amor humano geral (ética)
amor pela obra (trabalho)
1º setênio → é quando se desenvolve a vontade ligada à gratidão 2º setênio → é quando se desenvolve a vontade ligada ao amor 3º setênio → é quando se desenvolve a vontade ligada ao dever
1º → a gratidão precisa crescer (a gratidão vive e tem de viver no corpo) 2º → o amor precisa despertar (expiração anímica e inspiração anímica - seriedade e humor) 3º → a ação precisa se apresentar cheia de reflexão
Formação social do professor: uma profunda compreensão da vida, de uma concepção de vida permeada de alma. Educar e curar: Os processos de cura aplicados pelo médico se encontram apenas num nível diferente, mas, quanto à essência, são os mesmos que o professor emprega.
1º → precisa de gestos cheios de sentido
2º → precisa de linguagem plena de significado
3º → precisa ver corretamente as ações
1º → é quando se desenvolve o amor a Deus (religiosidade)
2º → é quando se desenvolve o amor humano geral (ética)
3º → é quando se desenvolve o amor pelo trabalho
Toda educação é autoeducação. E nós, na verdade, como professores, somos apenas o ambiente em redor das crianças, que se autoeducam. Temos de constituir o ambiente mais propício para que, junto a nós, a criança se eduque conforme deve se educar por seu destino interior.
Entrega amorosa às próprias ações e aceitação compreensiva das ações dos outros. Devemos estar diante das crianças de modo que esses dois princípios estejam subentendidos. Estar ao lado da criança de modo tal que, junto a nós, ela possa realizar a melhor autoeducação.
Lançar um olhar sobre as normas da educação ética e social. A relação do ser humano em crescimento com o ambiente humano que o rodeia.
Três virtudes fundamentais, ou virtudes primordiais do ser humano: vontade ligada à gratidão, vontade ligada ao amor, vontade ligada ao dever.
É errado dizer à criança: "Você deve ser grata pelo que lhe é dado por seu ambiente". Devemos levar naturalmente a gratidão para dentro do modo de vida, deixando a criança presenciar que nós mesmos, como adultos, vivenciamos internamente a gratidão e também a expressamos. Assim, a criança se habitua, por meio da imitação, ao sentimento de gratidão que reina em seu ambiente. A gratidão vive no corpo e tem de viver no corpo, caso contrário não estará inserida sólida e suficientemente no ser humano. Não é necessário que a gratidão se manifeste sempre dentro da consciência — ela pode viver inconscientemente no ser humano como uma sensação.
Exigências abstratas não se concretizam por serem por serem abstratas.
É a partir da gratidão desenvolvida no primeiro setênio que se desenvolve o amor no segundo setênio. O amor que é gerado pela gratidão é o amor a Deus. É a partir da gratidão desenvolvida no primeiro setênio que se desenvolve a mais verdadeira religiosidade.
Quando recebemos a criança no primeiro grau da escola, devemos buscar conhecer como transcorreu sua vida até essa idade escolar, o que aconteceu antes. Na verdade, sempre deveria existir um contato com a família da criança que inicia o ensino fundamental.
O organismo humano, nesse período entre a troca dos dentes e a maturidade sexual, tende a se desenvolver em direção ao amor. O materialismo levou o amor a uma compreensão unicamente sexual. Não é só o amor sexual que se desenvolve no segundo setênio, mas o amor geral, o amor pela natureza, pelo ser humano, por tudo.
A gratidão tem de crescer com a pessoa, está associada às forças de crescimento. O amor tem de despertar. Processo do despertar: torpor, sensações, pálpebras cerradas, algo vem de fora em auxílio e, por último, a passagem para o acordar no físico.
Primeiro, há o amor por tudo o que, na natureza, é preenchido de vida pelas fadas e que deve ser apresentado à criança em imagens. Depois, desperta o amor pelas realidades da natureza e temos, com isso, a tarefa de incluir o atrativo, a graça e o encanto em tudo o que é permeado pela causalidade, pelo que não é vivo, pelas conexões históricas etc.
Na maioria das vezes, os professores só expiram. E é o expirar que produz acidez (gás carbônico). Expiração anímica: descreve com secura, permeia tudo com seriedade. Inspiração anímica: constituída pelo humor que existe dentro do assunto. Professores bem preparados têm uma porção de ideias durante a aula. Mas, sem preparo, não temos ideias porque ainda estamos mastigando a matéria da aula.
Última fase do despertar do amor: aproximação da maturidade sexual. Algo que se desenvolveu na alma pode tomar posse da corporalidade. Alma e espírito se posicionam corretamente.
Formação social do professor: não se trata só de pedagogia, didática ou especialização em matérias. Trata-se daquilo que constantemente se renova no professor. Trata-se de uma profunda compreensão da vida, de uma concepção de vida permeada de alma. O professor precisa muito mais do que é emitido por seus lábios quando ele se encontra diante das crianças.
Educar e curar: a educação também pode ser vista como cura. Os processos de cura aplicados pelo médico se encontram apenas num nível diferente, mas, quanto à essência, são os mesmos que o professor emprega. O professor é um sanador do mesmo modo como o é um médico.
Doutor: aquele que sabe curar, que não só tem o conhecimento da Medicina, mas que também está inserido numa ação viva. Só a quem tenha provado saber aplicar na vida o que normalmente possuía apenas como conhecimento é a quem deve ser dado o título de doutor.
Se o professor tiver isso como base, logo se manifestará a autoridade natural que deve reinar numa escola, e também o amor, como um correto e paulatino despertar.
gratidão → amor → correta impulsividade moral
A verdadeira virtude ética só é fundamentada pelo amor humano, nada mais. Esse amor geral pelo ser humano, que leva a uma compreensão humana, desperta justamente entre a troca dos dentes e a maturidade sexual. Temos de fazer de tudo para que esse amor venha a despertar.
1º setênio: a criança não assimila ações, atos humanos. O que ela percebe e compreende são gestos plenos de sentido. A criança imita gestos que tenham sentido e é dessa percepção que se desenvolve o sentimento de gratidão.
2º setênio: a criança ainda não percebe as ações realizadas à sua volta. Tudo o que ela percebe é uma linguagem significativa. Também o que é feito em seu ambiente (não apenas o que é dito) é uma linguagem significativa.
Não é tanto o que o adulto diz que é importante para ela. Por exemplo, se o professor escreve com letra cursiva ou de fôrma, se o fazer do adulto ocorre de modo mais artístico ou mais desleixado, existe uma enorme diferença nisso tudo.
A maneira como o professor entra na classe, como se veste, se ele tem um comportamento reflexivo, se está bem preparado a ponto de poder dispensar o livro, tudo isso é linguagem significativa.
Essas coisas não atuam como procedimentos, e sim como significados. E podem atuar de modo maléfico ou benéfico. Não se trata do valor inerente ao procedimento, e sim do valor do significado que existe em tudo.
A criança tem uma sensibilidade extremamente aguçada, que ela não chega a conscientizar com conceitos racionais. O que o professor diz com as palavras é apenas uma parte do que ele fala com a criança. É por meio de toda a forma como ele se manifesta no mundo que ele fala com a criança.
Quando nos prepararmos corretamente, quando o conteúdo vive e desliza em nós lubrificado, temos a postura correta dentro da classe e surge naturalmente o sentimento de respeito à autoridade.
3º setênio → possibilidade de enxergar as ações executadas no ambiente em redor. A possibilidade de ver corretamente as ações gera o amor pela obra. O amor pelo trabalho precisa se apresentar cheio de reflexão. O amor pelo que nós mesmos fazemos deve surgir no ser humano como algo livre. Na compreensão das ações dos outros é que se chega a si mesmo e se desenvolve o amor pela ação. Assim, a brincadeira infantil é transformada de forma correta na concepção humana do trabalho.
O que de melhor se pode dar à criança é aquilo que desperta nela por si mesma. Toda educação é, no fundo, autoeducação do ser humano. Na verdade não há, em etapa alguma, outra educação que não seja a autoeducação.
Toda educação é autoeducação, e nós, na verdade, como professores, somos apenas o ambiente em redor das crianças, que se autoeducam. Temos de constituir o ambiente mais propício para que, junto a nós, a criança se eduque conforme deve se educar por seu destino interior.
"Fazei com que eu consiga me apagar totalmente no que diz respeito às minhas ambições pessoais", "Não eu, mas o Cristo em mim".
Os senhores podem criar instituições, mas tudo vai depender das pessoas que vivem e atuam dentro dessas instituições. Para a pessoa que atua socialmente, há dois aspectos a considerar: entrega amorosa às próprias ações e aceitação compreensiva das ações de outras pessoas
Não conseguimos criar esses dois aspectos por meios exteriores, temos que buscá-lo nas profundezas da natureza humana. Podemos até criar instituições e exigir do indivíduo atitudes às quais ele não consiga se dedicar e; essa outra pessoa poderá realizar ações que não teremos condição de aceitar compreensivamente. As instituições surgem do ser humano em virtude de uma entrega amorosa a suas próprias ações e de uma aceitação compreensiva das ações dos outros.
Marx avalia o trabalho conforme o desgaste que a pessoa tem durante o tempo de serviço. Para ele, o que deve medir o valor do trabalho é o consumo interior humano de alimentos.
Devemos nos comportar diante das crianças de modo que, junto com a maturidade sexual, venha à consciência o que subjaz a esses dois princípios (entrega amorosa e aceitação compreensiva). Estar ao lado da criança de modo tal que, junto a nós, ela possa realizar a melhor autoeducação.